Provavelmente você já ouviu falar do lúpus, uma doença autoimune que pode causar os mais diversos sintomas. Aqui, você vai encontrar os principais sintomas do lúpus, saber o que é exatamente essa doença e aprender a reconhecer sinais importantes que ajudam no diagnóstico.
O lúpus é uma doença autoimune muito complexa que pode afetar diversos órgãos. Segundo a Lupus Foundation of America, cerca de 1 milhão e meio de pessoas podem estar vivendo com lúpus e estimativas registram até 150 mil casos da doença no Brasil.
Se você é uma dessas pessoas, é importante saber que você precisa redobrar seus cuidados com o sistema imunológico, já que a baixa imunidade ocorre naturalmente nesses casos e uma das coisas que você precisa saber são as melhores formas de aumentar a sua imunidade.
Por ser uma condição de saúde complexa, muitos sintomas diferentes podem ser observados, o que acaba por dificultar o diagnóstico. Você encontrará a seguir alguns detalhes sobre os sintomas da doença que podem fazer toda a diferença na identificação do lúpus além de saber quais são os exames que podem ser feitos para ajudar a equipe médica a detectar essa doença autoimune e a conduzir o tratamento adequado.
Lupus – O Que é
Esta doença autoimune de longa duração faz com que o sistema imunológico fique hiperativo e ataque vários tecidos saudáveis do corpo.
De acordo com a Lupus Foundation of America, o lúpus afeta mais as mulheres do que os homens, principalmente aquelas com idades entre 15 e 44 anos.
Existe mais de um tipo de lúpus. Alguns deles são: lúpus eritematoso sistêmico, lúpus eritematoso discoide, lúpus eritematoso cutâneo subagudo, lúpus neonatal e lúpus induzido por substâncias.
– Lúpus eritematoso sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é o tipo mais comum de lúpus. Esse tipo de lúpus afeta várias partes do corpo e a intensidade dos sintomas pode variar de leve a grave.
Em geral, esse tipo de lúpus é mais agressivo do que outras formas de manifestação da doença porque ele pode afetar praticamente qualquer sistema do corpo, podendo causar inflamações na pele, nos pulmões, nos rins, no sangue, nas articulações e no coração.
O LES se manifesta em ciclos em que há períodos de surto em que os sintomas são observados e períodos de remissão em que os sintomas da doença não ocorrem.
– Lúpus eritematoso discoide
O lúpus eritematoso discoide (LED) – conhecido também como lúpus cutâneo – afeta apenas a pele. Podem ser observadas erupções na pele do rosto, do pescoço e do couro cabeludo. Tais erupções cutâneas podem ficar espessas e escamosas e causar cicatrizes. A duração das erupções na pele pode ser de vários dias a vários anos e a condição pode ser recorrente.
Apesar de o LED não prejudicar os órgãos internos, a Lupus Foundation of America afirma que aproximadamente 10% das pessoas diagnosticadas com LED vão desenvolver o LED também em algum momento da vida.
– Lúpus eritematoso cutâneo subagudo
Tratam-se de lesões na pele que aparecem apenas nas partes do corpo que são expostas ao sol. Diferentemente do LED, o lúpus eritematoso cutâneo subagudo não deixa cicatrizes na pele.
– Lúpus neonatal
Embora não seja uma doença contagiosa, há casos raros em que mulheres com lúpus podem ter filhos que desenvolvem uma forma da doença. Casos como esses são chamados de lúpus neonatal.
De acordo com um estudo de 2004 publicado no periódico científico Pediatric Drugs, cerca de 1% das mulheres que apresenta anticorpos relacionados ao lúpus vão ter um bebê com a doença. Essas mulheres podem ter LES, síndrome de Sjögren – condição autoimune que ocorre com o lúpus com frequência e que apresenta sintomas como boca e olhos secos – ou nenhum sintoma.
O mesmo estudo indica que o bebê com lúpus neonatal pode apresentar sinais como erupções cutâneas, baixa contagem sanguínea, problemas no fígado e anemia.
É essencial que as grávidas com qualquer doença autoimune façam um acompanhamento pré-natal adequado para minimizar os riscos para o bebê.
– Lúpus induzido por substâncias
A Genetics Home Reference indica que há cerca de 80 medicamentos que podem causar o lúpus por causa de sintomas decorrentes de reações aos fármacos. Alguns deles incluem remédios usados no tratamento de pressão alta, de convulsões, de problemas na tireoide além de antifúngicos, de pílulas anticoncepcionais de uso oral e de antibióticos.
Os remédios mais comumente associados ao lúpus induzido por substâncias são a hidralazina (usado para tratar a hipertensão), a isoniazida (antibiótico usado no tratamento da tuberculose) e a procainamida (utilizado para tratar a arritmia cardíaca).
A boa notícia é que o lúpus induzido por certos remédios normalmente desaparece quando o indivíduo para de tomar o medicamento.
Como o Lúpus se Desenvolve?
Toda doença autoimune acontece quando o sistema imunológico não é capaz de diferenciar substâncias nocivas ao organismo de células saudáveis. Assim, o sistema imune acaba direcionando anticorpos para tecidos saudáveis, causando danos e prejudicando o funcionamento desses tecidos.
O tipo mais comum de autoanticorpo (anticorpo direcionado para células e tecidos do próprio organismo) encontrado em pessoas com lúpus é o anticorpo antinuclear (ANA). O autoanticorpo circula no sangue e consegue penetrar nas paredes permeáveis de alguns tipos de células. Uma vez dentro da célula, o anticorpo ataca o DNA presente no núcleo dela.
Há uma teoria sobre o lúpus que diz que, por causa de fatores genéticos, o corpo não é capaz de se livrar de células mortas. Essas células mortas acumuladas podem liberar compostos que causam o mau funcionamento do sistema imunológico.
No entanto, essa é apenas uma teoria e as causas exatas que levam ao surgimento da doença não são conhecidas, mas há alguns fatores que podem influenciar no desenvolvimento do lúpus como os hormônios, o ambiente e a herança genética.
Fatores hormonais
Hormônios são substâncias produzidas pelo corpo que controlam e regulam a atividade de determinadas células e órgãos.
Um estudo de revisão publicado em 2016 no periódico Frontiers in Immunology verificou em camundongos que o estrogênio – hormônio presente em maior quantidade nas mulheres – pode afetar a atividade imunológica e induzir anticorpos relacionados ao lúpus. Além disso, outro estudo de 2010 publicado na revista Rheumatology mostrou que mulheres com lúpus sentem mais dor e fadiga durante a menstruação, o que pode sugerir que os surtos da doença podem ser mais prováveis durante os ciclos menstruais.
Esses resultados podem ajudar a explicar porque as doenças autoimunes ocorrem mais em mulheres do que em homens, mas outras pesquisas ainda são necessárias para confirmar a relação do estrogênio com o surgimento do lúpus em mulheres.
Fatores ambientais
Pessoas que já são suscetíveis ao lúpus podem apresentar a doença por causa da influência de certos fatores ambientais como a exposição a alguns tipos de vírus ou a produtos químicos.
Alguns possíveis gatilhos ambientais incluem o uso de medicamentos, a exposição ao sol, o tabagismo e a contração de infecções virais.
Fatores genéticos
Estatisticamente já foi observado que o lúpus é 2 a 3 vezes mais comum em pessoas com tons de pele mais escuras e em mulheres hispânicas, asiáticas ou americanas. Também é observado que quando uma pessoa tem um familiar de primeiro ou segundo grau com lúpus, o risco de desenvolver a doença é maior.
Segundo uma pesquisa de 2018 publicada no Seminars in Arthritis and Rheumatism, se uma pessoa que tem um irmão gêmeo tem lúpus, há uma chance de 25% de o outro irmão também desenvolver a doença. O estudo ainda afirma que se os gêmeos forem idênticos, a possibilidade de ambos desenvolverem a doença é ainda maior.
Os sintomas do lúpus também podem ser observados em pessoas que tem familiares diagnosticados com outras doenças autoimunes incluindo a anemia hemolítica, a tireoidite e a púrpura trombocitopênica idiopática.
Pesquisadores já identificaram alguns genes que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, mas ainda não há evidências para comprovar que eles de fato causam o lúpus.
Outros fatores
Um estudo de 2018 publicado no periódico Applied and Environmental Microbiology indicam que algumas mudanças específicas na microbiota intestinal ocorrem em camundongos e também em pessoas com lúpus. Assim, a microbiota de uma pessoa pode ser um fator no surgimento de lúpus, porém outras pesquisas precisam ser desenvolvidas.
Principais Sintomas do Lúpus
O lúpus costuma causar muita inflamação e os sintomas do lúpus afetam muitos órgãos, incluindo o coração, a pele, os rins, o sangue e os pulmões. A seguir, detalhamos os principais sintomas do lúpus para te ajudar no diagnóstico da condição.
1. Fadiga
Em 90% dos casos a fadiga é um dos principais sintomas do lúpus. A falta de energia e o sono excessivo durante o dia podem ser sinais de um sistema imunológico debilitado.
É importante procurar um médico quando sua fadiga está o impossibilitando de realizar as tarefas diárias mais simples, pois isso pode ser um problema de saúde sério.
2. Perda de cabelo
A queda de cabelo em pessoas com lúpus é resultado de um processo inflamatório na pele e no couro cabeludo. O cabelo e o pelo em outras partes do corpo – como os pelos da barba, cílios e sobrancelhas – tendem a ficar mais finos e quebradiços.
Um tratamento com vitaminas para promover o crescimento capilar pode ser adotado, mas o surgimento de lesões graves no couro cabeludo pode causar a perda permanente de cabelo no local.
3. Febre inexplicada
A febre baixa sem motivo aparente é um dos primeiros sintomas da doença. Pessoas com lúpus podem ter febre baixa com muita frequência e podem demorar para procurar um médico por conta da temperatura baixa.
Porém, febre baixa – que varia de 36,9 a 38,3ºC pode ser sintoma de inflamação, infecção ou de um surto de lúpus.
4. Lesões ou erupções cutâneas na pele
Um dos sintomas do lúpus mais perceptíveis é uma erupção na pele que surge em formato de asas de borboleta que aparece geralmente nas bochechas e em um pedaço do nariz. Esse tipo de erupção cutânea é observado em até 50% das pessoas com lúpus.
A erupção cutânea pode aparecer de repente ou após a exposição da pele à luz do sol ou até mesmo logo antes de um surto de sintomas.
A doença também pode favorecer o desenvolvimento de lesões em várias partes do corpo, mas que raramente causam urticária.
A sensibilidade à luz solar das pessoas com lúpus é notável e pode levar à descoloração na pele dos dedos das mãos e dos pés. Além das erupções cutâneas, a exposição ao sol também pode causar febre, fadiga e dores no corpo em pacientes com lúpus.
5. Problemas pulmonares
O lúpus afeta muitos órgãos, incluindo os pulmões. Eles podem ficar inflamados e o inchaço no órgão pode se estender para os vasos sanguíneos da região. Até o diafragma pode ser afetado pela inflamação em curso.
Estes problemas nos pulmões podem causar dor no peito para respirar – condição conhecida como dor no peito pleurítica.
Conforme o tempo vai passando, os problemas pulmonares desencadeados pelo lúpus podem reduzir o tamanho dos pulmões, causando falta de ar e dor no peito contínua – condição chamada de síndrome ou encolhimento dos pulmões. De acordo com informações da Lupus Foundation of America, as alterações nos pulmões e nos músculos diafragmáticos podem ser visualizadas em um exame de tomografia computadorizada.
6. Inflamação renal
A inflamação renal – ou nefrite – é um dos problemas que podem surgir por causa do lúpus. A nefrite normalmente começa 5 anos depois do início do lúpus e dificulta a filtração de toxinas e resíduos do sangue pelos rins.
Alguns sinais de nefrite incluem:
- Dor na lateral do corpo;
- Sangue na urina;
- Urina escura;
- Pressão arterial elevada;
- Inchaço nas pernas e nos pés;
- Necessidade de urinar com frequência durante a noite.
Como é difícil diagnosticar o lúpus, pode ser que quando os sintomas da nefrite aparecerem, o lúpus ainda não tenha sido diagnosticado e por isso a inflamação renal é reconhecida como um sintoma da doença.
Sempre que um paciente com lúpus é diagnosticado, é recomendado que ele monitore a função renal com regularidade para evitar complicações sérias de saúde.
7. Problemas gastrointestinais
Alguns indivíduos com lúpus podem ter azia, refluxo ácido e outros desconfortos gastrointestinais. Como esses são sintomas que podem atingir qualquer pessoa por diversos motivos, é importante tentar aliviar o sintoma reduzindo o tamanho das refeições e evitando o consumo de alimentos ácidos, por exemplo.
Caso os sintomas não melhorem, é preciso consultar um médico para analisar se o desconforto se deve a algum distúrbio gastrointestinal ou corresponde a um sintoma de lúpus.
8. Dor e inchaço nas articulações
O lúpus é uma doença que causa muita inflamação. Tal inflamação pode resultar em dor, rigidez e inchaço nas articulações – especialmente logo depois de acordar – e também nos músculos.
A dor e o inchaço nas articulações tende a ir e voltar de acordo com os surtos de lúpus. O diagnóstico é fundamental para detectar se as articulações doloridas e inchadas se devem ao lúpus ou a doenças reumatológicas como a artrite reumatoide.
9. Boca e olhos secos
A boca e os olhos podem ficar ressecados quando uma pessoa com lúpus desenvolve a doença de Sjögren, um distúrbio autoimune que causa o mau funcionamento das glândulas que produzem a saliva e as lágrimas.
Mulheres podem sentir sintomas adicionais que incluem secura na vagina e ressecamento na pele.
10. Problemas na tireoide
É bastante comum que pessoas com lúpus desenvolvam problemas na tireoide. A tireoide é uma glândula responsável pela produção de hormônios que afeta todo o metabolismo do corpo humano. O funcionamento inadequado da tireoide pode causar danos a órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
Alguns sintomas de distúrbios na tireoide podem incluir ganho ou perda de peso, mau humor e pele e cabelos secos.
Mais sintomas
Muitos outros sintomas e condições de saúde podem ser observados durante um surto de lúpus. Alguns deles incluem úlceras na boca, dor muscular, depressão, osteoporose, dor torácica e aumento dos linfonodos. Mais raramente, podem ser observados sintomas como tontura, anemia e convulsões.
Sinais Importantes
Especialistas do American College of Rheumatology criaram uma lista de critérios que os médicos devem considerar na hora de diagnosticar o lúpus. É preciso que o paciente atenda a pelo menos 4 dos 11 critérios abaixo para que exista a possibilidade de ele ter lúpus.
- Erupção de Malar: erupção cutânea em formato de borboleta que surge nas bochechas e no nariz;
- Sensibilidade à luz: erupção na pele que surge logo depois da exposição à luz solar;
- Artrite não erosiva: condição que não destrói a estrutura óssea ao redor das articulações, mas que causa inchaço, sensibilidade ou derrame em 2 ou mais articulações periféricas;
- Erupção discoide: erupções na pele que aparecerem como manchas vermelhas elevadas;
- Úlceras orais ou nasais: úlceras que surgem na boca ou nas narinas e que, em geral, não causam dor;
- Transtorno hematológico: distúrbio hematológico como a anemia hemolítica em que há uma contagem baixa de glóbulos brancos ou de plaquetas;
- Distúrbios imunológicos: ocorrem quando exames detectam anticorpos no organismo que prejudicam os tecidos do corpo;
- Transtorno renal: altos níveis de proteína na urina são indicadores de problemas nos rins;
- Pericardite ou pleurite: inflamações que afetam o revestimento do coração ou dos pulmões, respectivamente;
- ANA positivo: exame para ANA (anticorpo antinuclear) é positivo sem o uso de nenhum medicamento que possa induzir o seu surgimento;
- Distúrbio neurológicos: surgimento de sintomas como dificuldades de raciocínio, convulsões ou episódios de psicose.
Como Diagnosticar
Mesmo avaliando os 11 critérios acima, é preciso ter muito cuidado com o diagnóstico porque mesmo pessoas sem lúpus podem apresentar os mesmos anticorpos do que as pessoas que têm a doença. Os sintomas também são muito variados e podem facilmente ser confundidos com outros problemas de saúde.
Além de avaliar os critérios e os sintomas, o médico também deve analisar o histórico médico pessoal e familiar e solicitar alguns exames como:
Exames de sangue
Um exame de sangue pode revelar muita coisa sobre o funcionamento do nosso corpo. No caso do diagnóstico do lúpus, é essencial avaliar a presença ou ausência dos anticorpos abaixo que podem ajudar a identificar o lúpus ou outras doenças que causam sintomas similares:
– Anticorpo antinuclear
É fato que cerca de 95% das pessoas com lúpus tem um resultado positivo no exame de anticorpo antinuclear (ANA). Mas, é possível que pessoas positivas para ANA não tenham lúpus.
– Anticorpos antifosfolípides
Essa é uma classe de anticorpos direcionados contra os fosfolipídios que podem ser encontrados em até 50% dos pacientes com lúpus. No entanto, pessoas sem a doença também podem apresentar esses anticorpos.
É observado que pessoas com anticorpos antifosfolípides têm um risco mais alto de ter coágulos sanguíneos, hipertensão pulmonar e acidente vascular cerebral. Também é maior o risco de complicações na gestação.
– Anticorpos anti-DNA
É provável que pessoas em um surto de sintomas do lúpus apresentem esse anticorpo. Aproximadamente 70% das pessoas com lúpus têm o anticorpo anti-DNA em seu organismo.
– Anticorpo anti-dsDNA
Trata-se de um tipo específico de anticorpo ANA que é encontrado em aproximadamente 30% das pessoas com lúpus.
Quando o resultado desse teste é positivo, pode ser que o paciente apresente complicações graves da doença como a nefrite ou sérios problemas renais.
– Anticorpo anti-Smith
Até 20% dos indivíduos com lúpus têm um anticorpo deste tipo. É bastante provável que a pessoa que apresenta o anticorpo anti-Smith tenha lúpus já que ele está presente em menos de 1% das pessoas sem lúpus e é muito raro em pessoas que sofrem de doenças reumáticas.
– Anticorpo anti-U1RNP
Aproximadamente 25% das pessoas com lúpus apresentam anticorpos anti-U1RNP e menos de 1% das pessoas sem a doença também podem ter tais anticorpos.
O anticorpo também pode ocorrer em pessoas com a doença de Raynaud ou com artropatia de Jaccoud.
– Anticorpos anti-histona
Os anticorpos anti-histonas são proteínas que desempenham uma função importante na estrutura do DNA. Em geral, pessoas com lúpus induzido por substâncias apresentam esse tipo de anticorpo e algumas pessoas com LES também podem ter esse anticorpo.
Esse teste não é conclusivo para fechar o diagnóstico, mas ajuda o médico a entender o que está acontecendo com o paciente.
– Anticorpos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB
É estimado que 30 a 40% das pessoas com lúpus apresentam esses anticorpos, que também podem estar presentes em indivíduos com síndrome de Sjögren primária e em pessoas com lúpus que obtiveram um resultado negativo para ANA.
Os anticorpos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB também podem ser observados em pessoas com doenças reumáticas como a artrite reumatoide, por exemplo.
É importante que mulheres com lúpus que querem engravidar façam esse exame, pois há uma chance de que o bebê gerado desenvolva lúpus neonatal.
– Teste de complemento sérico
Um exame de complemento sérico mede a quantidade de proteínas que o corpo usa durante a inflamação. Quando são detectados baixos níveis de complemento sérico, é provável que exista um processo inflamatório em curso e que o LES esteja em sua fase ativa.
Testes de urina
O exame de urina ajuda a diagnosticar e a monitorar os possíveis efeitos do lúpus nos rins. É avaliada a presença de moléculas como proteínas, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos que ajudam a avaliar o funcionamento dos rins.
Em alguns casos, é preciso coletar amostras de urina por mais de 24 horas para um resultado mais preciso.
Biomarcadores
Biomarcadores são proteínas, anticorpos ou fatores genéticos que podem indicar o que está acontecendo no organismo e auxiliar no diagnóstico.
A análise de biomarcadores é interessante para identificar uma condição de saúde mesmo quando os sintomas não são perceptíveis.
Em geral, esse exame é usado em conjunto com vários outros testes para auxiliar o médico a fechar o diagnóstico acerca dos sintomas do lúpus.
Testes de imagens
Exames de imagem variados podem ser solicitados para ver como estão os órgãos afetados pelo lúpus.
Exames de monitoramento
Uma vez que o diagnóstico é concluído e o tratamento é iniciado, testes periódicos de monitoramento devem ser feitos para analisar como o paciente está respondendo ao tratamento.
O Que Fazer
O diagnóstico do lúpus não é simples e nem rápido de ser concluído. É preciso que muitos exames sejam feitos para descartar outros problemas de saúde e confirmar a presença da doença.
Antigamente, pessoas diagnosticadas com lúpus não sobreviviam as complicações da doença por mais de 5 anos. Hoje, ainda não existe cura para o lúpus, mas existem muitas formas de controlar os sintomas e oferecer uma boa qualidade de vida aos pacientes além de aumentar a expectativa de vida deles.
Os medicamentos usados no tratamento do lúpus podem incluir remédios para diminuir a dor e o inchaço, gerenciar a pressão arterial sanguínea, reduzir o risco de infecção, regular o colesterol, auxiliar a atividade do sistema imunológico e prevenir danos nas articulações e nos órgãos.
Pessoas que sofrem de lúpus também podem se beneficiar do uso de compressas e da prática de atividades físicas sempre que possível.
O tratamento para o lúpus é muito particular e deve ser sempre indicado e acompanhado por um médico. Devido à complexidade da doença e da diversidade de sintomas, é importante ser assistido por bons profissionais tanto durante o diagnóstico quanto durante o tratamento da condição.
Referências Adicionais:
- https://www.hopkinslupus.org/lupus-tests/antiphospholipid-antibodies/
- https://www.lupus.org/resources/what-is-lupus
- https://www.womenshealth.gov/lupus/lupus-symptoms
- https://www.lupus.org/resources/complementary-and-alternative-treatments-for-pain
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15035648
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29196292
- https://medlineplus.gov/lupus.html
- https://nccih.nih.gov/health/tgvine
- https://www.lupus.org/resources/how-lupus-affects-the-lungs-and-pulmonary-system
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lupus/expert-answers/lupus/faq-20058374
- https://www.webmd.com/lupus/arthritis-lupus#1
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